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quarta-feira, janeiro 24, 2018

MEMÓRIA DO CINEMA: CENA DE BANDA DESENHADA


Após muitos anos de trabalho nas artes plásticas, nos estudos publicados em escrita de Revistas como a Colóquio ou o atrevido etc, tenho podido nos últimos anos rever filmes que rodei em pequeno formato, ler  textos dedicados a temas pedagógicos e ao belo espaço da literatura, tendo conseguido redescobrir cenas de um desenho anterior aos exemplos da exposição «Convenções do Dizer", entre muitos outros, como este aqui publicado e que apareceu num trabalho jornalístico que tocava a narrativa e evocava a linguagem em desenhos em "quadradinhos" -- a banda desenhada. Embora esta simulação tenha sido publicada como parte de uma banda desenhada, num artigo sobre o cinema e a narrativa em espaços quadrados / rectangulares aqui eu próprio colocava a reflexão sobre a peculiar natureza da banda desenhada em composição algo maneirista do estar de personagens evocativos de conclaves e máfias da América. Desde a minha juventude que lia, ao entrar nas Belas Artes, revistas como  "O Mundo de Aventuras" e outras publicações da Agência Portuguesa de Revistas. Visitei o Estúdio do Victor Péon e um dia encontrei essa personagem quase mítica, pouco depois do 25 de Abril, na ESBAL, perto do Conselho Científico daquela Escola Superior, hoje Faculdade da Universidade de Lisboa, ouvindo-o a pedir emprego. Falámos muito . Eu sentia-me constrangido porque sabia que dificilmente havia lugar, no quadro das convenções de contratação, para este homem que afinal poderia perfeitamente reger uma cadeira de Banda Desenhada, ainda que titulada de outra maneira mais actualizada e plural. Encaminhei o caso para os centos de decisão e nunca mais soube de nada. Nesse ano, na casa dos meus pais em Silves, fui a uma velha dispensa da "Casa Revisitada", desfiz montes de jornais antigos, fotografias, velhas coisas de viagens e estadias na praia. Encontrei então as revistas em que o Victor Péon trabalhava, ficando horas a rever tudo, incluindo as novelas do Tomawk Tom, onde aquele desenhador construía as histórias do herói e fazia das posturas dinâmicas do cavalo páginas esplendorosas,
Não farei aqui nenhum ensaio, incluindo as minhas próprias experiências, em volta delas, ou dos famosos desenhos do Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento ou Garcês. Só direi que falta entre nós um museu dessa arte fabulosa, há pranchas extraordinários dos nossos narradores gráficos, além de evoluções relativamente a esta arte.